"Eu tinha sido formado dentro dos princípios do jornalismo impresso, e quando os repórteres da televisão começaram a entrar em campo, durante meus primeiros anos no Times, foram escarnecidos por meus colegas mais velhos como uma raça de bastardos que envergonhavam a profissão."
"...âncoras e pauteiros da televisão não tinham formação e experiência para avaliar com propriedade e comunicar de forma compreensível, confiável e equilibrada os acontecimentos importantes do dia."
"... o público estava agora recebendo a maior parte das notícias impactantes pela televisão, e esse sedutor meio visual estava em alguma medida intensificando, alterando ou descrevendo reflexamente a realidade, ao oferecer comprovações visuais de sua existência, e estava exercendo sobre o público um impacto mais imediato e profundo do que o jornalismo impresso..."
Nota do Redator:
As palavras acima são do mestre do new journalism, o americano-calabresi Gay Talese. Estão descritas (págs. 186 e 187, respectivamente, cap. 14), no seu mais recente livro traduzido e publicado no Brasil: Vida de Escritor - A Writer´s Life (2006). As frases são referentes a 1965, quando o jornalista realizava a cobertura sobre a marcha dos negros pelo direito ao voto, que ocorreu entre as cidades de Selma e Montgomery, no estado racista do Alabama. Talese visita a Flip este ano.
Qualquer coincidência nas observações de Talese com a discussão atual jornalismo x blogs é mera semelhança.
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